12 de set. de 2012

Movimento BookCrossing

 Por séculos, no Ocidente tiranizado pela Igreja, os livros foram considerados armas perigosas que deveriam ficar restritas aos mosteiros e, mesmo assim, poucos eram os "confiáveis" que podiam fazer uso de tais "armas", até que o iluminado alemão Johannes Gutenberg inventou a prensa móvel, revolucionando para sempre o mundo dos livros e o mundo dos homens.

Isso foi no Século XV. Hoje, quase 600 anos depois, a impressão é algo tão banal que podemos até fazer em casa.

E os livros, então? Se tornaram tão fáceis de adquirir, que hoje se encontra até mesmo jogados nos lixos, por mais imoral que isso possa parecer (assim como outras imoralidades, de preciosos diversos descartados como lixo).

Estamos no Século XXI, no início do século das facilidades, em que livros se tornaram dados eletrônicos que podem ser lidos até no celular, mas que a sua forma original, a da impressão em papel, ainda não perdeu o seu espaço e o seu charme. Em quase todas as cidades há pelo menos uma biblioteca pública, e só não empresta livros quem não quer ou quem não sabe ler.

Ademais, mesmo que todas as cidades possuíssem sua própria biblioteca pública, para os amantes da Literatura isso ainda é pouco. Aquele que ama verdadeiramente não quer reter, mas compartilhar. E transformar o mundo numa biblioteca livre é a intenção primária do Movimento BookCrossing.

O BookCroosing (BC) é um movimento que foi criado - ou, melhor dizendo, organizado - em 2001 por Ron Hornbaker e, de lá para cá, cresceu a nível global. Hoje são mais de 800 mil bookcrossers (os praticantes do BC) e mais de 6 milhões de livros liberados em todo o mundo, sendo que Cingapura é o país oficial do movimento, com seus mais de 2 mil postos de liberação e captura de livros, os chamados OBCZ (Official BookCrossing Zone ou Zona Oficial de BookCrossing).

 Porém, como todo movimento humanitário que preste, esse também não saiu ileso das críticas do Povo do Contra. Obviamente que, quem se meteu a criticar tamanho movimento de fraternidade e interatividade entre as pessoas, foram os Gulas, a pior raça do Povo do Contra. Os Gulas são aqueles sujeitinhos gananciosos que visam somente e unicamente o dinheiro, acreditando que este dá poder e imortalidade. Afirmaram que o BC contribuiria para a redução de lucros dos autores... A-hã, tá.

Como os Gulas são seres irracionais (não propriamente animais, porque animais são criaturas divinas e nobres, logo não são gulosos), não raciocinaram que esse BookCrossing é uma excelente ferramenta de divulgação dos livros e, consequentemente, das ideias contidas nos livros e de seus autores.

Quando soube a respeito desse Movimento, a primeira coisa que brilhou na minha mente foi exatamente essa: "que ótima oportunidade de fazer os meus livros circularem de mãos e mãos, fazê-los conhecidos!"

Portanto, tal e qual a ideia anterior de fazer doações de livros de minha autoria para algumas bibliotecas, essa ideia do BC veio a somar, tendo o espectro de uma biblioteca mais o dinamismo da liberdade que o livro terá ao estar solto na estrada, não ficando restrito a um único ponto.

Um livro já disponibilizei, registrando no site oficial do BC:

Falta apenas que seja liberado - e torcer para que caia nas mãos certas, de pessoas conscientes que farão valer as "regras" do Movimento, que é de deixar registrado o andamento do livro em suas mãos, através do site, onde é possível criar um "diário de viagem" em que se terá as informações de onde e como anda o livro, sabendo por onde ele passa e que histórias e aventuras serão contadas sobre ele.

A mim, me parece uma excelente ideia para se compartilhar um bem tão precioso quanto os livros, não os restringindo egoisticamente à prateleiras domésticas empoeiradas de onde, talvez, ele jamais saia.

E, também, uma excelente forma de divulgar autores novos e livros independentes. Muito mais vale um livro rodando por aí, pelo mundo, do que disperdiçá-lo com sorteios que, no fim, só se mostram inúteis a nível de divulgação do que é novo.

Assim como os livros para as bibliotecas, conforme eu for liberando os para o BC, estarei atualizando o paradeiro deles aqui no Blog.

E, falando em doação para bibliotecas, em muito breve haverá livros meus na Biblioteca de Laranjeiras (RJ). Aguarde a confirmação ;)

2 comentários:

Milla disse...

ADOREI SUA INICIATIVA PAT, POXA MUITO LEGAL TD QUE ESCREVEU, É UMA ÓTIMA OPORTUNIDADE PARA TODOS OS NOVOS AUTORES TB ^^

BEIJOS
http://dailyofbooks.blogspot.com.br/

Patricia Kovacs disse...

Oie, minha sempre querida Milla!
Também fiquei encantada ao conhecer sobre o movimento BC.
Não faltam oportunidades de se interagir com pessoas de mesmo gosto que o nosso, basta querermos participar.
E pode ser também uma ótima ideia para vc: encontrar um local aí na sua cidade para se tornar um point de BC... dá uma olhadinha no site oficial e veja a orientação deles.
Aqui no Rio há apenas um point e verei se consigo convencer outras pessoas a criar mais pontos de liberação e captura de livros ^^
Obrigada por sua visita e comentário, Milla!
Bjoxxx!

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