19 de jul. de 2013

Resenha - O Castelo das Águias, de Ana Lúcia Merege

O CASTELO DAS ÁGUIAS foi das minhas mais recentes aquisições, mas o único livro do meio dos mangás, rs. Havia adiado a compra por tempo demais.

Ana Lúcia Merege criou um universo rico e vasto para o mundo de Castelo das Águias, Athelgard, e que merecia ser trabalhado por uma editora do porte da Rocco ou Martins Fontes!

O livro é um Romance para adolescentes e jovens adultos, que traz um mundo medieval repleto de magia e seres fantásticos, como os Elfos, ao melhor estilo de Tolkien.

A protagonista, Mestra Anna de Byrke, é uma Contadora de Histórias de sua tribo, e foi contratada pela Escola de Artes Mágicas de Vrindavahn, famosa pelo nome de Castelo das Águias, para ser a nova Mestre de Sagas, uma importante disciplina para o início do desenvolvimento de futuros magos.

As águias que nomeiam o castelo da Escola de Artes Mágicas são fantásticas criaturas que podem ser transfiguradas em aves guerreiras, capazes de destroçar a qualquer um sob o comando de um Mestre das Águias. Por essa qualidade, elas são cobiçadas por outras cidades para compor seus exércitos, e por elas armações e traições são executadas por pessoas inescrupulosas que buscam o poder a qualquer preço.

Antes disso, Anna aprenderá um pouco sobre Magia; terá algumas desavenças com outros Mestres; conhecerá mais sobre Vrindavahn e se apaixonará pelo Mago e Guardião das Águias Kieran de Scyllix.

Meu Achismo:

O Castelo das Águias traz elementos da melhor Ficção Fantástica de Fantasia, misturando algumas ideias que parecem inspiradas em Senhor dos Anéis, Harry Potter e um quê de Cultura Nativa Americana (essa impressão veio dos animais apresentados na trama, como a águia, o lobo e o texugo, sendo que a própria Anna me lembra aquelas belas nativas que vemos em ilustrações exotéricas).

Ana Lúcia Merege criou um mundo fabuloso e minuncioso em seus detalhes, com histórias e lendas, divisões territoriais, línguas, modos de vida e até crenças... um livro como esse merece ser desenvolvido em bem mais que 180 páginas, tornando-se, ao menos, uma trilogia.

A Autora é ótima em tecer tramas e criar mundos. A sua narrativa tranquila nos dá chance de assimilar os acontecimentos e acompanhar os protagonistas em suas descobertas, embora haja alguns pontos que não me agradaram muito:

- excesso de personagens para um livro relativamente pequeno para comportar todo o elenco - sim, eu tenho problemas em decorar nomes! Esse é um dos pontos por eu achar que o livro devesse ter 500 páginas e não apenas 180;

- achei simples demais o envolvimento de Anna com Kieran: rápido e seco. Homens que constumam descrever romances dessa forma. Acho que a Autora é tímida u.u~

 - acho que houve uma contradição com a protagonista: no início do livro, ela deu a ideia de ser vegetariana, até confabulando sobre o seu estranhamento em relação ao uso de animais na alimentação e outras coisas... até fiquei feliz, um livro defendendo, mesmo que indiretamente, a causa animal! Porém, em situações posteriores, Anna confirma que matou um urso juntamente com amigos, dentro da toca do coitado - atitude covarde e traiçoeira. E para quem se mostrou averso ao uso de animais na alimentação, a personagem não come outra coisa além de carne!
 
Retirando esse pontos da história, ouso dizer que o Castelo das Águias é um dos melhores novos nacionais que li, exatamente por flertar com esse universo meio tolkiano, meio potteriano, que poderia e deveria ser melhor explorado, dando condições à Autora de libertar todas as histórias que possui sobre o mundo de Athelgard e seus habitantes. Pois Ana Lúcia Merege precisa - e merece - um espaço muito maior para desenvolver suas tramas em toda sua potencialidade, pois senti que o livro foi condensado a partir da metade, com um final meio clichê que não combina com o estilo de contar histórias da Autora.

Para conhecer mais sobre o livro e adquirir para sua estande, acesse os links:

Um comentário:

Ana disse...

Oi, Pat, muito obrigada pela resenha e pelos elogios, fiquei até vermelha!

Não tenho o que discordar de sua observação sobre o romance de Anna e Kieran e o excesso de personagens, mas quem quiser conhecê-los melhor é ler novos contos é bem-vindo no Blog do Castelo. Acho que os secundários são mais bem trabalhados no livro 2, que vem por aí.

Quanto à posição da Anna sobre animais, essa eu vou defender: é a posição de um índio. Respeita a vida e honra os animais, mas caça para comer. Matar ursos dentro da toca é o que os caçadores dos lugares frios fazem desde a Pré-História.

Dito isso... Agradeço mais uma vez e espero que você leia os próximos livros da saga, acho que vai gostar!

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