31 de out. de 2013

Homenagem - Carlos Drummond de Andrade

Se ainda caminhasse por este mundo, o poeta Carlos Drummond de Andrade estaria completando hoje 111 anos de idade!

Nascido em 31 de outubro de 1902, na cidade mineira Itabira, Drummond veio a falacer em 17 de agosto de 1987, aqui no Rio de Janeiro, aos 85 anos.

Maior expoente da poesia brasileira, Drummond deixou como legado uma vasta obra literária que incluí poesias, antologias poéticas, infantis e prosas.

Foi imortalizado por suas obras, mas também na cédula de 50 cruzados novos e em duas esculturas, sendo uma em Porto Alegre e outra em Copacabana. 


À Noite Dissolve os Homens

A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam.

A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros.

E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes!
nas suas fardas.

A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.

Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.

Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.

O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório.

Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.

O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes
se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão
simples e macio...

Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora. 
 
 

Hoje - Halloween ou Dia das Bruxas

Por consequência da globalização, hoje se comemora o Halloween ("All Hallows' Eve" = vigília de Todos os Santos) em vários países do planeta, inclusive aqui no Brasil, que importou a ideia, mas apenas a sua parte festiva e profana, descartando - ou nem tomando consciência - de seu sentido essencial e/ou sua História.

Como já fiz uma postagem a respeito no Halloween do ano passado, não repetirei as informações, mas caso queira ler e saber um pouco mais sobre esta data, basta clicar aqui :)

O Halloween é também popularmente chamado de Dia das Bruxas, que no princípio não recebeu essa conotação por diversão, mas como termo pejorativo que profanasse o culto pagão à terra, pois neste dia se comemorava o final da colheita e os preparativos para o inverno que se avizinha (isso lá no Hemisfério Norte, de onde se originou a festividade), o Festival de Samhain. Foi uma das diversas formas que a Igreja Católica usou para difamar e endemonizar uma Cultura e Tradição que não condiziam com seus interesses.

Símbolos presentes no Halloween: 

Complementando a postagem do ano passado, trago um resumo sobre a simbologia dos elementos que são usados e identificam a festividade. Cabe aqui lembrar que tudo aquilo hoje visto como comum e corriqueiro, tem seu significado muito mais amplo e pensado. O que hoje se usa meramente por decoração, na sua concepção havia importância e motivo para usar esse ou aquele símbolo.

Abóboras ( Jack o' Lantern) - Vem de uma lenda irlandesa, em que Jack, um ébrio metido a esperto, enganou o Diabo algumas vezes, prendendo-o primeiramente na forma de uma moeda e depois dentro de uma fruta. Barganhou de que quando morresse o Diabo não poderia reclamar sua alma. Jack morreu, Deus não permitiu sua entrada no Céu e o Diabo, que é bom em cumprir suas promessas, não pode trazer o ébrio safado para o Inferno. Então, Jack se ferrou, sendo condenando à toda eternidade a vagar pela escuridão, carregando um nabo com um carvão aceso para iluminar seus caminhos. Isso prova que o Diabo cumpre suas promessas e ainda tem complacência com algumas almas, hahah!
Ah! Falei em nabo, não é? Pois era assim que as lanternas eram confeccionas, com nabos e batatas, na Irlanda e Escócia. Na Inglaterra, usava-se beterrabas e, nos Estados Unidos, os imigrantes passaram a usar a abóbora, vegetal nativo que se prestou muito bem ao serviço :)
E para que serve Jack o' Lantern? As lanternas feitas com legumes eram colocadas nas janelas, para afugentar os maus espíritos errantes, pois no Halloween ou Samhain, os Espíritos daqueles que morreram no ano anterior descem à Terra para rever os vivos, mas alguns, que são maus, causam muitos transtornos, daí também o porque de se acenderem fogueiras.

Bruxas - Hoje elas são apenas enfeites e fantasias, mas na época elas eram invocadas na intenção de se desmoralizar a festividade pagã, dizendo que Halloween era uma festa das bruxas, em que elas se revestiam de maior poder para fazer mal às pessoas de bem. Vale lembrar que o termo 'bruxa' era usado para designar todos aqueles que não eram Cristãos nas regiões dominadas pelo Catolicismo, e aqueles que praticavam a medicina natural, como Curandeiros, Parteiras, Benzedeiros, ou ainda pessoas que praticavam artes divinatórias.

Cores - Preto é uma cor que não é cor, mas ausência de luz. Assim como o branco que não é cor, mas luz. As roupas escuras eram muito usadas antigamente. O preto traz uma conotação negativa que remete à obscuridade, à morte, às Trevas. Mas também pode representar a sobriedade, dignidade, introspecção, mistério. 
Laranja - É a cor da energia, a cor do nosso Sol, a cor do Plexo Solar, o chakra responsável pela canalização de energias entre corpo físico e astral.
Roxo - É a cor da magia, do misticismo, da religiosidade, da intuição.

Gato Preto - Por muitos séculos (e absurdamente ainda hoje!), os gatos pretos foram amplamente usados pela Magia, pois acreditava-se (e pelo jeito ainda se acredita!), que eles possuíam poderes sobrenaturais. Na Idade Média, acreditava-se que as bruxas podiam se transfigurar em gatos pretos. Outra crença dizia que eles eram espíritos dos mortos que se materializavam. 
Seja lá as crendices que atribuíam ao felino, a verdade é que ainda hoje se perpetua essa imbecilidade de dizer que os pobres animais dão azar, e ainda são usados em práticas de feitiçaria, sendo cruelmente imolados em rituais para lhes retirarem o sangue. No livro de São Cipriano tem várias receitas que se utiliza o gato preto e, nenhuma, o bichinho tem sorte... e não querem ter azar depois disso, né?

Maçã - É a fruta proibida, associado ao Amor e ao Prazer, por isso é um símbolo da Vida.

Morcego - Por ser um animal de hábitos noturnos é associado às Trevas. Apesar de possuir uma visão deficiente, tem uma percepção espacial apuradíssima, daí se dizer que eles enxergam além da matéria. 

Travessuras ou Gostosuras - É a brincadeira em que as crianças, fantasiadas, vão de casa em casa pedindo doces e, se lhes recusam, elas aprontam alguma travessura, como cantar uma musiquinha desagradável. Essa brincadeira está presente em vários povos da antiguidade e a que se refere ao Halloween vem do século 9. O doce oferecido era o "bolo de almas" e a criança que ganhava o seu pedaço se comprometia em rezar por alguém da família que falecera.

Vassoura - Artefato usado para limpeza material e astral, acredita-se que se possa varrer para fora as energias nocivas de um ambiente. No caso da vassoura de "limpar" energia negativa, essa é usada apenas para esse propósito. Apesar de soar machista, é um símbolo feminino.

Velas - Estas sempre foram e ainda são o símbolo da luz, da iluminação, por motivos mais que óbvios. Usadas no Halloween na Jack o' Lantern e também para afugentar maus espíritos.

Isso é um resumo, logo o assunto não se esgota aqui e nem na postagem do ano passado, rs. Fica como homenagem ao dia de hoje, independente de sua nacionalidade ou se é alguma tentativa de aculturamento imperialista. Assim como diversas outras festividades antigas, é repleta de significados. Os povos antigos, pré-cristãos, concebiam a terra como extensão da Divindade, pois era ela que sustentava e geria a todos. Matéria e Espírito estavam em conexão, por isso não havia uma religião específica dos povos da terra. Religião vem do Latim "religare", que significa "religamento". A religião faz isso: religa o homem à Divindade, pois ele se desligou, afastou-se das coisas do Espírito em função apenas da Matéria. Isso, coincidentemente ou não, ocorreu quando o homem se afastou da Natureza.

Portanto, se você curte, acha legal o Halloween (ou qualquer outra comemoração estrangeira), não se prive de suas diversões - ou devoções - por falsa ideologia nacionalista. Há tempo e espaço para todos. Se não gosta, simplesmente se abstenha, mas não brade aos 4 ventos que o Halloween é uma festa demoníaca... ela é muito mais antiga que isso, mais antiga que a própria Igreja - e não foram os americanos que a inventaram.








29 de out. de 2013

Hoje - Dia Nacional do Livro

Hoje é o Dia Nacional do Livro. Essa data foi instituída em 1810, em consideração a transferência da Biblioteca Real Portuguesa para o Brasil, fundando a Biblioteca Nacional, que também faz aniversário, e ambas ativas até hoje!

Que tal comemorar o Dia do Livro com a aquisição de mais livros?

E, que tal, se esses livros forem de autores nacionais, já que a data de hoje é uma comemoração nossa, pois o Dia Internacional do Livro é em 23 de abril ?

E, que tal ainda mais!, se forem esses livros ?

Pois, é! Seja lendo, comprando, presenteando, emprestando, que o seu Dia Nacional do Livro tenha muita história para contar - ou ler =)



Turismo em perspectiva: o cenário e a importância do turismo no Brasil e no mundo.


Turismo em perspectiva: o cenário e a importância do turismo no Brasil e no mundo.
O Homem sempre se locomoveu de um lugar a outro motivado por fatores diversos, que no princípio foi apenas em busca de subsistência. Conforme o Ser Humano evoluía, também evoluíam suas necessidades e motivações. Não mais apenas por sobrevivência (andanças em busca de caça, terras férteis, localidades mais seguras etc), mas também motivado por vários outros novos fatores, desde peregrinações religiosas até avançando com a guerra.
 Por ser uma criatura naturalmente migratória, o Homem começou a se organizar para atender à demanda de viajantes desde a Antiguidade, embora fosse de uma forma rudimentar. Porém, apenas no Século XX que a atividade turística e sua organização ganham contornos mais elaborados.
Com a Ciência e Tecnologia em franca expansão, levando certa qualidade de vida às pessoas, uma consequência benéfica da Revolução Industrial, o Homem se tornou mais livre para se locomover com mais facilidade e rapidez: desenvolvimento dos meios de transporte, especialmente os veículos sobre trilhos; maior tempo livre proporcionado pela regulamentação dos direitos dos trabalhadores; distribuição de renda mais equilibrada, especialmente para a nova classe social, a dos trabalhadores industriais. Tudo isso serviu de contribuição para um maior tempo livre que podia ser gasto com o ócio, o lazer, a diversão, ou investido em estudos, pesquisas ou negócios.
O Turismo Internacional
A atividade turística no mundo decolou após a Segunda Guerra Mundial, já na segunda metade do Século XX. Entretanto, o fim da guerra não foi o único nem o mais importante fator. Também foram importantes e impulsivos os fatores da evolução dos meios de comunicação (telefone, televisão e rádio), dos meios de transportes (com a popularização das aeronaves), maiores conquistas nos direitos dos trabalhadores (como férias e descanso remunerados; salário fixo e o ingresso da mulher no mercado de trabalho, proporcionando maior renda familiar; jornadas de trabalho estipuladas, garantindo mais tempo livre etc).
Os Estados Unidos foram os maiores emissores de turistas durante a década de 1960, viajando especialmente para a Europa. Nos anos 80, devidamente recuperados da Segunda Guerra, com a economia crescente e avanço tecnológico em produtos eletrônicos, os japoneses foram os que mais movimentaram a atividade turística mundial. Agora, na segunda década do Século XXI, acredita-se que um dos maiores impulsionadores da atividade turística serão os chineses, devido à sua rápida expansão econômica e financeira.
O órgão que realiza os estudos na intenção de promover e desenvolver o Turismo a nível mundial, é a Organização Mundial de Turismo, OMT, órgão consultor oficial das Organizações das Nações Unidas, ONU. A OMT é representada por mais de 138 países e 350 filiações, entre governos, associações, grupos hoteleiros, operadores, instituições educacionais e outros.
O Turismo no Brasil
A atividade turística no Brasil começou a se desenvolver na década de 1990, devido à estabilidade econômica que tirou o país de um abismo financeiro.  Outros fatores que contribuíram para a abertura do país à atividade turística foram: a natural potencialidade do Brasil, com sua natureza diversificada e exuberante, sua cultura miscigenada e seu rico folclore; o financiamento de projetos nacionais por capitais estrangeiros; o interesse do governo em promover a atividade turística, iniciando com a criação da Política Nacional de Turismo, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, posteriormente com a criação do Ministério do Turismo, em 2003, pelo presidente Lula; o crescimento da renda dos brasileiros; investimento na propaganda positiva do Brasil no próprio país e no mundo; capacitação de mão de obra; investimentos na infra-estrutura.
A Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, é o departamento de turismo criado em 1966 e hoje está vinculado ao Ministério do Turismo. Atualmente, suas atribuições vão desde a fomentação de atividades turísticas por todo o país até o apoio na comercialização de produtos e serviços, tanto dentro quanto fora do Brasil.
Mesmo com tantos investimentos na área e criações de projetos turísticos, o Brasil ainda está muito abaixo na estatística de receptividade de turistas estrangeiros, em relação a diversos outros países como França, Espanha, EUA e até Arábia Saudita. Porém, não basta apenas investimentos e criação de políticas para a área, pois é necessário melhorar as condições do país num todo. Questões como segurança pública; infraestrutura das cidades; condições das estradas e rodovias; melhor organização dos aeroportos e qualidade/quantidade de vôos; melhoria na qualidade dos serviços oferecidos; transportes públicos eficientes; e diminuição da carga tributária, são de relevante importância para atrair turistas ao Brasil, seja para turismo de lazer, negócios, ecológico e cultural.
O maior contingente de turistas estrangeiros no Brasil provém  da Argentina, EUA, Portugal, Itália, Chile, Alemanha, Japão, entre outros. Sendo que as cidades mais visitadas são Rio de Janeiro e São Paulo (no turismo motivado por lazer e negócio), Foz do Iguaçu, Florianópolis e Salvador (turismo de lazer), Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte (turismo de negócios).
A importância do Turismo no ensino e na pesquisa, e seu inter-relacionamento com outras ciências.
A matéria prima do Turismo é o mundo inteiro e o seu objetivo é o Ser Humano. Dada essa vastidão complexa, não é possível restringi-lo a uma disciplina. O fenômeno do Turismo precisa ser analisado e pesquisado dentro de um campo de estudos, utilizando-se de todas as disciplinas em que se pode extrair conhecimentos para o entendimento e a organização dele.
O Turismo faz interligação com as Ciências econômicas, sociais, humanas, espaciais, biológicas, exatas, com aplicações nas áreas da comunicação, administração, contabilidade etc. Dentre as áreas de conhecimento que podem ser utilizadas no estudo do Turismo, as mais influentes são: Economia, sobre os efeitos e resultados dos gastos dos turistas que podem contribuir para o desenvolvimento da área visitada; Sociologia, para entender as interações sociais entre residentes e turistas; Psicologia, para compreender as personalidades no contexto social e o comportamento do homem em grupo e em função da viagem; Geografia, para o estudo das relações espaciais e melhor utilização dos recursos naturais; Cartografia, para localização e planejamento do espaço que é objeto de turismo; Antropologia, a fim de conhecer o desenvolvimento e a evolução das formas de lazer do homem ao longo dos tempos; História da Cultura, que envolve folclores locais, em suas diversas manifestações – dança, música, artesanato, manifestações populares em festas etc; Estatística, para analisar os resultados e consequências obtidas com a movimentação dos viajantes; Econometria, utilizando-se da Estatística, Matemática e Economia para traduzir em números os objetos de estudo e pesquisa; História, que é essencial para o Turismo, para conhecer e compreender a História Geral de uma localidade e utiliza-se disso como atrativo turístico; Direito e Legislação, essencial para a orientação, fiscalização e legislação de passaportes e vistos, proteção de bens materiais e imateriais, proteção aos turistas estrangeiros, à trabalho, passageiros clandestinos, legislação ambiental para proteção da flora e fauna locais, delimitando direitos e deveres dos visitantes; Informática, porque o mundo presente e futuro é dentro da Tecnologia da Informação; Comunicação e Marketing, essencial para o planejamento do Turismo enquanto um produto de consumo.

28 de out. de 2013

Hoje - Dia de São Judas Tadeu


São Judas Tadeu é comemorado no Brasil e em todas as Igrejas Ocidentais no dia 28 de outubro, tendo sua comemoração nas Igrejas Orientais em 19 de junho.

É um dos apóstolos de Jesus, considerado o Santo das causas urgentes e das causas impossíveis (ou muito difíceis). É o Padroeiro da Igreja Apostólica da Armênia, por ser considerado o precursor do Cristianismo nesse país, juntamente com São Bartolomeu. Em algumas linhas de Umbanda, é sincretizado Com Xangô, Orixá da Justiça e da Lei Kármica, Rei do Ketu.

São Judas Tadeu,

Glorioso Apóstolo,
Fiel servo e amigo de Jesus!
A Igreja vos honra e invoca por todo o mundo
como Patrono dos casos desesperados
e dos Negócios sem remédio.
Rogai por mim que estou desolado.
Eu vos imploro, fazei uso do privilégio
Que tendes de trazer socorro imediato,
Onde o socorro desapareceu quase que por completo.
Assiste-me nesta grande necessidade,
Para que eu possa receber as consolações e auxílio
Do céu em todas as minhas precisões, atribulações e sofrimentos.
São Judas Tadeu, lembrar-me-ei sempre deste grande favor
E nunca deixar de vos louvar e honrar com meu especial
E poderoso patrono
E fazer tudo que estiver ao meu alcance
Para espalhar a Vossa devoção por toda parte.
Amém...

São Judas Tadeu, rogai por nós!

27 de out. de 2013

Barroco Mineiro

Discuta criticamente a relação entre a escolha do Barroco Mineiro para figurar preferencialmente como patrimônio histórico e artístico nacional em detrimento de outros estilos arquitetônicos e a ideia de construção de uma identidade nacional brasileira por parte do Estado com a criação do SPHAN através do Decreto-Lei n° 25/1937.

Nos primeiros séculos do Brasil colonial, os centros urbanos de maior importância no país recebiam em suas ruas e construções as influências da arquitetura clássica, de portugueses e franceses. Apesar de sua estética, esses conjuntos arquitetônicos expressavam a cultura dominante, a identidade do dominador.

O Barroco Mineiro, ou Barroco Brasileiro, apesar da influência do Barroco Português, trouxe elementos autênticos adaptados pelos brasileiros, criando-se um novo estilo artístico às construções, monumentos, produções artísticas e até literatura. Essa miscigenação - característica inerente a tudo que é brasileiro – conferiu, finalmente, uma identidade ao Brasil ainda em sua época colonial, se sobrepondo à identidade dominante, especialmente durante o movimento nacionalista da Inconfidência Mineira, regida por intelectuais da época.

25 de out. de 2013

Patrimônio Histórico e Material


Patrimônio é tudo que provém do passado do homem, como um legado que atesta sua presença significativa na Terra. Esse legado tanto pode ser material, como objetos e construções, quanto imaterial, como mitos, crenças e modos de vida.

O Patrimônio Histórico e Artístico tanto pode ser material quanto imaterial, criado pelo Homem. Através dele, é possível conhecer a História do Homem e de Civilizações até já extintas. É um legado de produtos materiais, intelectuais e artísticos, móveis e imóveis, que podem ser entendidos como construções, objetos, indumentárias (materiais); narrativas, lendas, crenças, leis e códigos (intelectuais); monumentos, obras de arte, literatura, música, festas (artísticos).

O Patrimônio Material se restringe a tudo que é tangível. São bens de valor cultural. Construções e objetos construídos pelo homem, mas também espaços naturais, como paisagens e sítios arqueológicos. Nem todo Patrimônio Material se equivale a Patrimônio Artístico e Histórico, pois o primeiro se restringe a um conjunto de bens culturais que não são necessariamente de cunho artístico ou histórico, mas que contém sua importância para o conhecimento e compreensão do passado ou perpetuação para o futuro.

23 de out. de 2013

Resenha - “O imprescindível aporte das ciências sociais para o planejamento e a compreensão do Turismo”, de Margarita Barreto.


Resenha do artigo “O imprescindível aporte das ciências sociais para o planejamento e a compreensão do Turismo”, de Margarita Barretto.



BARRETTO, Margarita. O imprescindível aporte das ciências sociais para o planejamento e a compreensão do turismo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 20, p. 15-29, outubro de 2003.

Neste artigo, a autora Margarita Barretto busca respaldo para os estudos sobre o fenômeno do Turismo nas Ciências Sociais e na Antropologia, elencando diversos autores com trabalhos de peso publicados em épocas diversas, todos voltados para a abertura da academia em relação ao fenômeno em crescente expansão.

O Turismo, feito de forma livre, como ainda é hoje, gera mais impacto negativo do que positivo. De ‘forma livre’ entende-se sobre o Turismo de massa, vendido como produto de consumo. Sendo que o lucro imediato é o único objetivo nesse negócio, as demais questões são negligenciadas, especialmente às comunidades receptivas, que tem uma participação ínfima por ser necessária sua mão de obra – geralmente braçal e barata – ou quando seus modos de vida e sua cultura local são expostas como mais uma forma de mero atrativo, nem sempre espontâneo e autêntico, para arrecadar mais turistas e, consequentemente, mais dinheiro, tornando a comunidade em uma espécie de “zoológico cultural”, como descreve a autora ao citar o trabalho de referência de Urbanowicz em seu artigo.

Como demonstra no artigo de Barretto, o Turismo até hoje foi estudado e planejado apenas sob a ótica administrativa e econômica. Por outras Ciências não considerarem o fenômeno como digno de estudos e aprofundamentos, o que ocorre é o direcionamento para a atividade apenas pelo seu lado mercantil e lucrativo. Espaços e estruturas são criados para melhor atender e oferecer ao cliente-turista, porém nem sempre isso é feito de uma forma saudável, sustentável ou mesmo respeitando o meio ambiente, incluindo Natureza e População, ambas englobando todas as características inerentes de cada.

Há a geração de emprego e renda, mas, mais uma vez, nem sempre de forma saudável, organizada, estável. Há mais exploração do que emprego, mais esmola do que renda. Isso no ponto de vista positivo. No negativo, a degradação ambiental e humana pode descer a níveis escatológicos, desde a destruição de uma área de mata virgem para a construção de estruturas que terão uso por uma parcela minúscula da população – e não a local, esta apenas se como mão de obra barata – até a pedofilia em aliciamento de crianças para a prostituição infantil.

Ao expor seu ponto de vista sobre o fenômeno turístico em uma revista científica de Antropologia, Margarita Barretto mostra vários argumentos que validam a sua tese, a da urgente necessidade de se obter maiores estudos e pesquisas sobre o Turismo, uma vez que essa atividade, que se baseia especialmente no movimento de pessoas, logo movimenta o mundo num ir e vir recíproco, literal e figurativamente, precisa de uma atenção especial.

Essa atenção especial por parte de cientistas e estudiosos de áreas diversas – como nas Ciências Sociais e Antropologia – visa trazer o aporte científico necessário para a criação de políticas públicas que regulamentem o Turismo como uma forma de preservação dos patrimônios e bens móveis e imóveis, materiais e imateriais, incentivando práticas saudáveis e justas para obtenção de renda e geração de lucro, evitando a degradação ambiental da Natureza e do Homem, protegendo especialmente as áreas receptivas e sua população local, minimizando o impacto negativo de todas as formas possíveis.

Se o Turismo se tornará uma importante fonte de renda e lucro do Século 21, que este seja feito para trazer e construir o melhor para todos – turistas e locais – que seja feito para preservar, manter e aperfeiçoar, seja pessoas, seja locais, seja culturas. Para isso acontecer, o lucro pela atividade não pode ser o único objetivo.

Concluindo, Margarita Barretto mostra, em seu artigo, a amplidão a ser alcançada pelo Turismo por todas as Ciências, bastando que deem atenção e importância necessárias ao fenômeno que movimenta o mundo e que pode se tornar a chave para o resgate de antigas culturas e expressões folclóricas, para dignidade humana para os menos favorecidos, a preservação dos ambientes a serem desfrutados (jamais consumidos ou explorados) e movimentação financeira sem materialismo, ou pelo menos o excesso, como vivenciamos atualmente no consumo desenfreado – “Se quer ser feliz não compre coisas, viaje!”

Com a Ciência dando seu aporte ao Turismo, políticas públicas de incentivo e regulamentação da atividade, visando inclusive a proteção global das regiões turísticas, poderão ser criadas e tratadas com igual prioridade das necessidades mais básicas, como saúde, infraestrutura, saneamento, segurança e locomoção. Se o produto do Turismo são os lugares, então tudo está interligado. Se é bem conduzido, traz benefícios para todos – visitantes e habitantes... e o inverso ocorre quando há a negligência diante de uma atividade que movimenta tanto matéria quanto pessoas.

22 de out. de 2013

Despedida - Cecília Fidelli


Uma Estrela a mais no Céu,
um diamante raro a menos aqui na Terra.

Cecília Fidelli
 nos deixou silenciosamente, sem ter exposto seus problemas entre os amigos no Facebook.

A conheci através dos fanzines, no final de 90 e início de 2000. Ela fundara o Reviragita Poesia e distribuía como folhetim por todo o Brasil, e o fez por 16 anos.

Depois que eu aloprei com essa coisa de "cena underground" e fanzines, abandonando tudo sem dar nenhuma satisfação a nenhum dos meus contatos, fiquei sem saber de muitos deles por anos, até a internet se tornar uma realidade presente na vida de todos. Então, há menos de dois anos, Cecília e eu nos reencontramos no Facebook. Infelizmente, para a reta final dessa caminhada.

Faz e fará muita falta, Cecília.

Continue poetizando na Colônia em que estiver.


VIVER É O COMPROMISSO DE APERFEIÇOAR UMA ARTE.
(Do livro: Coisa Nossa)


21 de out. de 2013

RESENHA - "Memória pantaneira no curso do rio Paraguai”, de Álvaro Banducci Jr.



RESENHA do artigo “Turismo cultural e patrimônio: a memória pantaneira no curso do rio Paraguai”, de Álvaro Banducci Jr.

BANDUCCI Jr, Álvaro. Turismo cultural e patrimônio: a memória pantaneira no curso do rio Paraguai. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 20, p. 117-140, outubro de 2003.

O artigo de Álvaro Banducci Jr trata sobre o impacto da hidrovia na costa fluvial do Rio Paraguai, entre os trechos da cidade de Cárceres (MT) e Porto Murtinho (MS). O estudo serviu de base para outro estudo, o do impacto socioambiental do Turismo no Pantanal, e avaliar o patrimônio histórico e cultural para um tipo mais específico da atividade turística.

Em poucas páginas expostas das anotações de viagem feitas da Expedição Cárceres-Porto Murtinho, é possível avaliar o impacto negativo ocasionado por uma atividade que se pretende chamar de turística, que é apresentada em sua pior faceta, a mais degradante: quando o Turismo é voltado exclusivamente para a questão financeira e, por consequência, se passa por cima de tudo e de todos para garantir o lucro final.

A Expedição Cárceres-Porto Murtinho, feita pela rede fluvial de hidrovia, através de 1200 km do Rio Paraguai, iniciando-se no Mato Grosso (em Cárceres) e se finalizando no Mato Grosso do Sul (em Porto Murtinho), tinha por principal objetivo fazer o estudo e mapeamento das zonas de degradação nas margens do Rio Paraguai, ocasionado pela exploração “turística” da região. A expedição foi promovida em conjunto das instituições CEBRAC e ICV, a pedido da WWF, que atua mundialmente pela preservação do meioambiente e manutenção da vida silvestre.

O “turismo” altamente degradante praticado na região colocou – e ainda coloca – em risco não apenas a flora e fauna nativa em seu delicado ecossistema, mas também a própria história do homem pantaneiro no curso da colonização que se iniciou no início do século XX e muito antes mesmo disso, dos povos aborígenes e primitivos que se pode datar em até 5 mil anos de ocupação humana na região.

Na região cortada pela hidrovia Paraguai-Paraná, o “turismo” praticado é o da pesca esportiva, duas atividades que, ao se misturarem, se tornam moralmente antiéticas, pois se pressupõe que tanto a pesca quanto a caça são atividades de subsistência, praticadas ao mínimo possível e apenas quando realmente necessárias (o que não é o caso, em absoluto, de qualquer um que viva em cidades ou localidades com o mínimo serviço de comércio e produção). Uma atividade de subsistência tornada esporte é, no mínimo, amoral.

No artigo de Álvares Banducci Jr, se expõe a pesca esportiva como atividade turística e rentável para o povo que vive nas regiões margeadas pelo Rio Paraguai, gerando empregos e renda extra para alguns que se favorecem de forma indireta. Em seu lado negativo – e até perverso – se expõe uma calamidade tanto social quando ecológica: a degradação do meio ambiente, da flora, da fauna, das águas e dos terrenos; a degradação humana, da submissão dos povos ribeirinhos até o aliciamento de crianças na prostituição infantil.

E, se apenas a degradação sócio-ambiental não fosse o suficiente, há ainda sérios riscos de se perder evidências e provas materiais da atuação humana na região, desde os primitivos povos aborígenes até, mais recentemente, a riqueza de uma época áurea das grandes fazendas e colônias. Enfim, o artigo de Banducci expõe os dois lados da moeda chamada Turismo: a sua pior faceta, quando é voltada ao lucro sob qualquer custo, visando apenas o momento presente; e a sua face nobre, com o qual o termo ‘turismo’ encontra sentido verdadeiro: quando se torna um propósito para a conservação dos bens patrimoniais, culturais, ambientais, móveis e imóveis; para a descoberta da História e a redescoberta de histórias locais; na manutenção de expressões culturais; na preservação da vida animal, vegetal e humana; em trazer perspectivas e oportunidades verdadeiras para as pessoas que vivem nas localidades, oferecendo um desenvolvimento material sadio sem que, com isso, abram mão de seu modo de vida e atividades.

10 de out. de 2013

Leitora & Livro - Celly Monteiro


Olha que coisa mais linda e mais cheia de graça!
É a CELLY MONTEIRO que vem mostrar
seu exemplar de Asas Negras =D
Se há o provérbio que diz "Digas-me com quem andas e te direis quem és", então
"proverbeio" o seguinte:
Mostras-me os Leitores que atestarei a qualidade do livro!
Graças, Celly!

4 de out. de 2013

Amazon Kindle Store

Agora, além da opção de ter um dos meus livros em formato impresso pelo Clube de Autores, você tem a opção de comprar em formato e-book na livraria da Amazon, a Kindle Store.
Os e-books estão variando de R$ 6 até R$ 10, e você tem ainda a opção de emprestar gratuitamente o seu exemplar para um amigo.

Por ora, os livros disponíveis são:
Raptores 1
Raptores 2
Caleidoscópio
Tempo Paralelo
Romances em Fragmentos
 Os demais livros - Raptores 3, Asas Negras e as coletâneas - serão disponibilizados em breve.

Para conhecer mais sobre os livros, você pode baixar o arquivo de degustação, que se encontra na barra lateral esquerda daqui do blog, em "E-book, distribuição gratuita" e acessar os blogs específicos de cada série - Projeto Encantados, The Snake Stories e Hybrida.

O link para ver os livros a venda é este aqui. Logo terei uma página própria que facilitará a busca pelo site ;)

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