31 de mai. de 2016

Momento Espírita 023

Incapaz

Andy Foster tem quarenta e cinco anos. É autista e garçom num restaurante da Inglaterra. 

Quando alguns clientes se sentiram incomodados com sua presença, como se tivessem algum problema em serem atendidos por ele, o dono do estabelecimento tomou uma atitude radical.
Escreveu uma carta e postou numa rede social: 

Hoje passamos o dia reconstruindo a autoestima de um dos membros da nossa equipe, depois dele ter sido desrespeitado e discriminado ao servir uma mesa, no jantar de ontem à noite. 

“Qual é o problema dele?” E “por que você deu este trabalho para ele?” - Os clientes perguntaram... 

Aqui em nosso restaurante, nós contratamos nossos funcionários com base na experiência e paixão pelo trabalho... 

Não contratamos pela cor da pele, pela aparência, pela quantidade de tatuagens, pelo tamanho das roupas, pelas crenças religiosas ou por doenças. Nós não discriminamos! 

Mas se você faz isso... Então, por favor, não reserve uma mesa conosco. Você não merece nosso tempo, esforço, nem respeito! 

* * * 

Ainda trazemos vícios antigos na alma. 

Por que homens e mulheres recebem remunerações diferentes ao realizarem o mesmo trabalho, ao ocuparem o mesmo cargo? 

Por que pessoas idosas não podem trabalhar? 

Por que nos utilizamos do termo incapaz, referindo-nos à pessoa com deficiência? 

Incapaz do quê? De realizar certas tarefas? 

Reflitamos: será que todos nós não somos ainda incapazes de muitas coisas? Como Espíritos em desenvolvimento na Terra não temos muitas lacunas intelecto-morais? 

Alguns de nós, vendo alguém tocando alguns acordes de uma música num instrumento qualquer, afirmamos: Não sou capaz de tocar nem uma campainha! 

Outros não temos jeito algum para trabalhos manuais. 

Outros, ainda, não entendemos uma vírgula das notícias sobre economia, bolsa de valores, câmbio, etc. 

E somos chamados de incapazes por isso? Seria uma grande ofensa, no mínimo. 

Assim, debruçando nosso olhar para esses que são considerados especiais, perceberemos que eles podem ter muita dificuldade em certas áreas; que aprendem com mais vagar. Entretanto, ao mesmo tempo, fazem muitas outras coisas com maestria, até com virtuosismo. 

São capazes de atender uma mesa num restaurante com mais simpatia e alegria do que muitos dos chamados normais; são capazes de realizar tarefas com extrema atenção, com capricho – algo muito difícil de se encontrar em funcionários, no geral; são capazes de cozinhar, de ministrar uma aula, de atuar e de tudo que possamos imaginar. 
 
Mais ainda, são capazes de nos fazer acreditar no poder da persistência, do esforço e da resignação. Eles nos ensinam muitas coisas. 

Pensemos bem. Reflitamos um pouco mais da próxima vez que ouvirmos o termo incapaz ou quando percebermos qualquer tipo de discriminação com quem quer que seja. 

Por fim, sejamos nós aqueles que abramos portas para eles, para que deixem de ser excluídos em nossa sociedade e possam ter uma vida plena. 

Não permitamos que nosso preconceito nos transforme em verdadeiros incapazes.
 
Redação do Momento Espírita,
com base em fato.
Em 30.5.2016.

27 de mai. de 2016

Mais uma mudança...


Gente insatisfeita que não sabe o que quer, é uma droga, né? haushuas!

Pois, então... após ter passado quatro anos com o mesmo layout, em menos de um mês mudo pela segunda vez a cara do blog XD~

Não que o último layout não tivesse me agradado, mas estava achando aquele verde do fundo tão apagado. Gosto muito do branco com detalhes coloridos, tanto que costumo usar essa composição nos meus Oratórios... daí que pensava em fazer algo bem clean, o famigerado minimalista, mas... meu lado perua não me permite o.O"

Agora temos o blog com fundo branco e cheio de plantinhas coloridas! Tanto o papel de fundo quanto a aquarela do título foram retirados desses sites de imagens grátis.

Por enquanto, esse carnavalzinho aqui continua :)

Bom final de semana o/

 

25 de mai. de 2016

Contos de Fadas à Coreana

Branca de Neve
Muito se tem visto pela internet variadas versões a respeito dos Contos de Fadas pela visão de Disney, algumas até esdrúxulas e de muito mau gosto, seja na temática abordada, seja na própria arte empregada.

Buscando referências sobre Fadas, para uma postagem que entrará somente no próximo mês, esbarrei com essa versão coreana aos Contos de Fadas relidos por Walt Disney, feitos pela ilustradora sul-coreana Nayoung Wooh. As ilustrações, intituladas por ela de "Fairy Tales Series", foram feitas em 2014 e publicadas em grandes sites dos EUA e Europa.

Na releitura de Nayoung, as cenas e personagens dos Contos de Fadas ganham a roupagem da Cultura Coreana, repleta de delicadeza. Confira: 

Alice no País das Maravilhas
A Bela e A Fera

Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau - e eu amei esse lobo mau!


The Wild Swans

A Rainha da Neve
A Pequena Sereia
 
A Princesa e o Sapo

24 de mai. de 2016

Momento Espírita 022

A cerimônia dos sonhos
 
Frida sempre havia sonhado com um casamento de contos de fadas.
Planejara como seria o vestido, o véu, o buquê, o penteado, o sapato, os vestidos das madrinhas.
Selecionou as músicas da cerimônia, da entrada até a saída, e especificou como seriam as lembrancinhas, o bolo, os doces.
Preparou tudo com cuidadoso zelo.
Mas se esqueceu de levar em conta a parte principal, aquela que faria a diferença na adaptação do casamento: a realidade da vida a dois.
Ficara tão absorvida na cerimônia que deixara de lado a essência e o significado profundo desse ato.
O dia da celebração foi maravilhoso. Os convidados se encantaram com a decoração dos salões, os aromas das flores, os sons dos violinos e os sabores dos pratos.
Frida estava orgulhosa de si mesma. Havia se esmerado e agora se sentia realizada.
O noivo a tudo assistia com resignada alegria. Ficava feliz ao vê-la radiante.
Para ele, bastaria uma cerimônia simples, com os amigos íntimos e os familiares, mas ela queria uma festa digna de rainha.
Por conta desse desejo, casaram-se endividados.
Casamento é uma vez só, justificara Frida, a cada novo gasto inesperado.
E assim foram avançando em compromissos financeiros. Tudo em nome do sonho da mimada noiva.
Uma amiga alertou: Você não acha que está exagerando? Foi afastada do convívio e tratada com polida indiferença.
A noiva não queria ninguém lançando energias negativas em seu casamento.
Terminada a cerimônia, o casal rumou para uma breve lua de mel, em uma cidade de veraneio.
Quando voltaram, Frida não conseguia se adaptar à rotina de casada. Irritava-se, reclamando das tarefas diárias.
As dívidas chegavam impiedosas e o casal acabava discutindo por causa da eterna insatisfação de Frida.
Meses depois, ela decidiu voltar para a casa dos pais. Acusava o marido de não lhe dar atenção, de trabalhar muitas horas, deixá-la sozinha e não ajudá-la nos trabalhos da casa.
Ele realmente trabalhava horas a mais para pagar as onerosas contas. E, ultimamente, não fazia questão de retornar mais cedo.
Não se sentia à vontade em casa, onde a esposa o aguardava sempre com queixumes.
O casamento acabou antes mesmo do casal terminar de pagar todas as prestações assumidas.
Aquela amiga que havia sido afastada, um dia encontrou Frida e, ao ouvi-la reclamar sem parar, nem a deixou terminar.
Você estava tão focada em concretizar o seu sonho, tão voltada para si mesma e para a parte material do casamento, que ignorou o fato de que nossa felicidade está intimamente associada à felicidade dos que nos cercam.
O que você fez para que as pessoas que a cercam também tivessem seus sonhos realizados?
Frida emudeceu. Não havia pensado nos sonhos de mais ninguém. Apenas nos seus.
Naquele momento, um clarão iluminou sua mente. Ela percebeu, em choque, o quanto havia sido egoísta e imatura.
Voltou para casa cabisbaixa, pensando no quê, de fato, havia significado o casamento para ela.
E lamentou ter desperdiçado tanto tempo e recursos numa ilusão.
Desde então, Frida mudou sua forma de ser e estar no mundo, buscando primeiro a essência das coisas, e não suas manifestações exteriores.
 
Redação do Momento Espírita.
Em 18.5.2016.

23 de mai. de 2016

Artista - Lorraine Loots

Lorraine Loots é uma jovem artista da África do Sul, que teve a ironia de se tornar uma pintora profissional exatamente quando tinha desistido da ideia por um trabalho tradicional que lhe pagasse as contas. Passou a dedicar apenas uma horinha do seu dia para manter a criatividade sempre ativa, então decidiu pintar miniaturas pois era o que conseguia fazer em apenas uma hora.

Depois disso, passou a postar no Instagran e foi aí que seu talento foi descoberto e valorizado: começou a receber propostas para vender suas  ilustrações em miniatura, que a princípio eram vendidas a US$ 40... hoje, valem até US$ 1000!

A proposta inicial de Lorraine Loots era apenas pintar todos os dias para se exercitar, apenas um desafio pessoal, mas que acabou rendendo uma gigantesca coleção de miniaturas que já contam com mais de mil ilustrações! As de 2013 e 2014 foram todas vendidas, sendo que as que estão expostas na Galeria Brooklin, em Nova York, são apenas cópias impressas.

Detalhista e sentimental, Lorraine apenas queria fazer uma espécie de diário em ilustrações, algo que marcasse aquele dia, dia após dia. Essa coleção acabou por ser denominada "365 paintings for Ants" ou "365 pinturas para formigas". De fato, as ilustrações são tão pequenas quanto uma moeda de R$ 0,10, algumas ainda menores que isso, quando se trata de ilustrações únicas, sem uma delimitação de cenário.

Abaixo, segue algumas das ilustrações minúsculas de Lorraine. E aqui nesses links, você poderá conferir mais do trabalho da pintora: Lorraine Loots, Paintings for Ants e Instagran. No Vimeo há um vídeo em que Lorraine apresenta seu trabalho.







21 de mai. de 2016

Kariza, a saia mágica


Com toda essa história, essa moda do minimalismo, armário-cápsula e adjacentes, acabamos sem querer por encontrar roupas que cabem perfeitamente no conceito, como é o caso da KARIZA, a saia indiana mágica.
Com apenas uma peça de roupa, você pode conseguir mais de 100 formas diferentes de vestir, e sem acrescentar absolutamente nada de fora, isso tudo usando a mesma saia! Incrível? Acho muito genial e criativo!

A kariza - ou kari - é simplesmente uma saia dupla-face, feita de forma ampla, com uma tira a prender os dois tecidos da saia que é a peça-chave de toda a transformação. 

A saia é encontrada em três tamanhos: curto, midi e longo. No tamanho curto, a saia é transformada em bata e mini saia. Nos formatos midi e longo, pode virar vestidos. Os tecidos são variados, mas pelo que vi nas lojas, os melhores são os de seda, tão finos e suaves como um lenço. Há tecidos mais rígidos e até de algodão rústico, que até confere um bom caimento, mas eu não gostei no toque e na ideia de ter um ferro industrial para passar >.<


Mais lindo que o caimento das saias feitas com os tecidos sedosos, são as estampas! a kariza tem dois tecidos sobrepostos, mas cada tecido em uma estampa diferente, até mesmo com cores diferentes e contrastantes! É preciso olhar e escolher muito bem, para ver se ambos tecidos agradam, pois os dois lados da saia são usados. Daí que há misturas nada a ver e outras que se casam com perfeição.

Com essa minha tendência crescente de querer roupas leves, soltas e que não precisam ser passadas a ferro, tenho feito gradualmente a troca do meu guarda-roupa. Troquei as calças jeans por calças sociais, já que somente uso essa peça no trabalho. Troquei blusas de malha por camisas e blusas de poliéster, embora seja um tecido sintético, mas procurando se encontra com melhor qualidade a bons preços. E tenho priorizado as roupas femininas, como saias e vestidos, e nesse quesito, as roupas indianas colaboram muito, embora eu não seja fã de usar muita estampa, preferindo mais tecidos lisos. Porém, as roupas ditas para passeio (que não são as sociais para o trabalho) precisam ter um toque alegre, e uma das peças do vestuário cai bem alguma estampa.

Aqui no Rio, há lojas de roupas indianas espalhadas pela cidade toda, mas se quiser melhores preços, sem dúvidas precisa ir ao pólo comercial do SAARA, que abrange as ruas Alfândega, Regente Feijó e Buenos Aires. Embora não seja tão lá essas coisas, ainda assim se encontra muitos produtos interessantes e de valores melhores que os praticados em outros pontos comerciais

A minha saia kariza, que ficarei devendo a foto, comprei na loja ThaisArte, e paguei somente R$ 49,90. Imagina você ter uma peça de roupa em seda (mesmo que sintética, mas isso não importa :P ), que pode se transformar em outras 30 peças, e pagar apenas 50 pilas?? Mais sustentável que isso apenas se a indústria indiana tratasse melhor seus funcionários que (dizem, né? nunca vi com meus próprios olhos ao vivo) trabalham quase que como escravos. Mas, enfim, se você não pode pagar um rim por uma roupa 100% política e socialmente correta, você fica sendo refém e cúmplice do mercado indiano e chinês, que abastecem uns 90% do mercado de moda .brasileiro.

Mas para quem sabe corte e costura, fazer a kariza deve ter molezinha, né? Por isso há anos quero fazer um curso de costura e nunca encontro tempo ou lugar para tal!

Abaixo segue texto explicando como montar as diferente peças usando apenas uma simples saia...


Um ombro só
Posicione o cós da peça na diagonal e coloque-a no busto, passando a fita de amarrar pelas costas. A parte que passa por debaixo do braço deve fazer a volta pelo corpo e a fita deve se unir, nas costas com a outra parte. Amarre com um nó e finalize com um laço.

Sobreposição
Vire o cós da saia na diagonal e coloque-o no busto. Envolva as costas com o tecido e amarre as duas pontas da fita nas costas. Na lateral, puxe o tecido de baixo, passe-o pelas costas e amarre no lado que está o nó.

Sobreposição invertida
Coloque a saia na diagonal cobrindo o busto. Dê a volta nas costas, e amarre as duas pontas atrás. Na lateral, onde fica a abertura, puxe o tecido de cima e leve-o na direção oposta, até envolver toda a cintura. Prenda com broche.

Saia amarrada
Transpasse a saia na cintura e deixe a abertura na lateral. Puxe o tecido de cima da parte da frente em direção à amarração feita. Deixe uma ponta de tecido caindo e prenda com um nó ou broche.

Tomara-que-caia
Amarre o cós da saia, de forma transpassada, na altura do busto e deixe a abertura na lateral. Puxe o tecido de cima na frente e atrás, deixando o lado sem abertura mais comprido. Ajuste a cintura e amarre as duas pontas com um nó ou prenda com um broche.

Decote volumoso
Coloque a peça como saia, transpassando-a na cintura. Deixe a abertura virada para trás. Levante o tecido de cima e amarre as pontas nas costas.

Estilo grego
Vista a peça como saia. Transpasse-a e deixe a abertura na lateral. Levante o tecido de cima, dobre a ponta para dentro e leve a parte da frente em direção ao ombro do mesmo lado da abertura da saia. Una a parte de frente e a de trás nas costas com um nó.

Frente-única
Transpasse a saia na cintura, amarre o cós e deixe a abertura virada para a frente. Levante o tecido com as pontas para cima. Enrole cada lado e dê um nó.

Cache-coeur

Posicione o cós na diagonal no busto e deixe uma das faixas soltas no pescoço. Envolva a peça nas costas e cruze na frente. Junte as tiras e amarre.

Alças torcidas
Coloque o cós da saia na altura do busto com a abertura para a frente, como um tomara-que-caia. Enrole as pontas das duas faixas juntas e amarre-as.

Drapeado
Vista a peça como saia e amarre na cintura com a abertura virada para trás. Levante o tecido de cima, torça levemente as pontas e dê um nó no pescoço.

Fonte:
Site da revista Manequim, 2009. 


E, claro, no YouTube tem 300 mil tutoriais sobre as diferentes formas de usar a kariza! Separei apenas esse aqui, mas na barra ao lado direito da tela há outra dúzia de vídeos sugeridos. 

Leve, bonita e muito versátil, a saia mágica kariza é peça-chave para o guarda-roupa da mulher brasileira. Vai da praia ao trabalho e ao happy-hour sem nenhum constrangimento, perfeita para os nossos dias quentes e que valoriza a feminilidade sem desandar para a vulgarice. Com a enorme variedade de tecidos e estampas, a kariza se torna quase que uma peça exclusiva, além de fazer muito bem o estilo BoHo ou o clássico em suas versões de tecidos lisos + estampados.

Para compor o famoso armário-cápsula, só essa peça vale por quase todo o restante!

 

17 de mai. de 2016

Cantinho do Café ou Coffee Station


Quais os sentimentos te animam ante uma singela xícara de café? Ou lhe é indiferente? Beber café é um simples hábito adquirido por osmose ou é uma bebida que realmente te agrada ao paladar e ao coração?

Há muito tempo penso em escrever sobre o café, essa bebida mágica que une pessoas, faz companhia aos solitários, abranda e aquece o coração, alimenta o corpo e o espírito... porém, ainda não será desta vez.

Não sou uma amante do café, embora tenha minhas parcas preferências. Posso passar dias sem a bebida que não morro por isso (e nem fico com dor de cabeça, como era com minha mãe, rs), e já não é mais a minha preferência no desjejum (hoje tenho optado pelo chá por ser mais rápido e prático). Mas tenho uma espécie de amor platônico por ele, pela atmosfera em que nos envolve e por quanto mexe com muitas pessoas, estas sim apaixonadas pelo pretinho.

O café é uma bebida indispensável para muitas pessoas, sendo um produto obrigatório na sua cesta básica de alimentos. Dizem ser paixão dos brasileiros, mas nós ainda estamos muito aquém do consumo da bebida em comparação aos coffeeholics de muitos outros países por aí. Porém, ao que tudo indica, esse quadro está mudando e até mesmo nos mercados encontramos uma variedade maior de tipos diferentes de café sendo oferecidos. E outros produtos ligados ao café, de xícaras à decoração.

O célebre chavão de Dona Florinda tem em nós as suas variantes. É cult convidar amigos para tomar um café, seja em casa ou na rua. Enquanto o álcool remete a uma autodestruição induzida, fomentado por várias ilusões de poder, o café induz ao convívio, ao conforto, ao compartilhamento, à reflexão e ao debate.

Em bares, cafeterias e até mesmo quiosques, o ambiente todo é decorado de forma a favorecer esse sentimento de acolhimento que o café proporciona. Mas, e em casa? Já pensou em ter um cantinho de honra para abrigar a bebida mágica?

"Coffee Station" ou o nosso carinhoso "Cantinho do Café" é uma deliciosa sugestão de decoração para compor um local adequado para guardar e servir o precioso café, utensílios e acessórios. Não há regras para compor o ambiente, vai do gosto pessoal mesmo: Máquinas de café e utensílios para o preparo, caso prefira o tradicional feito no fogo; canecas; xícaras; potes de cafés instantâneos; biscoitos. Para decorar, a imaginação pode brincar à vontade: quadros e pôsteres; plantas; jarros; bule antigo; potes decorados; até livros!

Quanto ao espaço, para um Cantinho do Café, não é necessário tanto espaço assim. Você transforma aquilo que tem disponível, desde um bom pedaço da sala e cozinha até uma pequena prateleira num canto, caso more num local muito pequeno ou não queira investir muito na coisa. Mais uma vez e sempre, a internet é a sua melhor ferramenta inspiradora, que te mostrará mil ideias para se basear e despertar sua criatividade.

Segue abaixo uma pequena seleção de fotos interessantes que poderão te inspirar a criar o seu próprio Coffee Station  ;)



Como pode apreciar nas fotos acima (clique sobre cada uma para ampliar e melhor visualizar), o canto do café independente do quanto de espaço há disponível, pois se pode providenciar esse espaço seja em uma prateleira aérea ou um pequeno móvel antigo recuperado, uma bandeja num cantinho da pia ou mesa, seja na cozinha, copa, sala ou aonde mais lhe aprouver.


Caso tenha mais espaço disponível em sua moradia, talvez seja uma ótima ideia investir no Cantinho do Café, pois certamente será o lugar em que mais gostará de receber suas visitas e passar horas de bate-papo. E, acredito eu, nada impede de criar um espaço para o café no seu local de trabalho (a não ser, claro, o chefe...). Como na maioria das empresas há a pausa no meio da tarde para repor as energias com um lanche ou pequeno descanso de 15 minutos, você poderá tornar o local para isso mais aconchegante.

E como está na moda decorar com pôsteres, basta fazer uma pequena pesquisa no Google e você terá milhares de imagens bacanas para imprimir. Procure também no Pinterest e Tumblr, pois são os que têm as melhores fotos e imagens. Aqui abaixo está uma pequena seleção que catei no Pinterest :D






Para finalizarmos, vale lembrar que o Cantinho do Café não precisa somente ter o café propriamente dito. O chá também entra nessa parada, cujas caixas e latas, por si só, já são bastante decorativas. Morando em um casarão ou dispondo de apenas um pequeno espaço na parede do kitnet, tenho certeza de que o seu Coffee Station se tornará o seu local preferido em casa :)


15 de mai. de 2016

Ser Minimalista é Necessário

Fotografia premiada de Kevin Ummel
Meu aniversário foi em 1º de abril passado (é verdade! e eu odeio essa piada!), e no dia da primeira reunião do Grupo de Leitura que participo (no final de abril, só não lembro a data), a organizadora do grupo me presenteou com o livro de Marie Kondo, A Mágica da Arrumação. Aliás, foi um presente improvisado, pois esse livro estava junto a vários outros que seriam selecionados para ser o livro da leitura do próximo mês e, como não foi o escolhido, pedi emprestado, mas acabei recebendo como presente de níver :D

Li esse meu presente em dois dias (tenho apenas uma ou duas horas de leituras diárias) e confesso que foi o livro mais especial que li nos últimos anos! Não que eu tenha lido livros chatos e descartáveis (pelo menos não todos!), mas o "A Mágica da Arrumação" vai além de um livro de autoajuda para organização da casa: é um verdadeiro tratado de transformação existencial a partir do relacionamento pessoa X coisas.

Esta postagem, entretanto, não se trata de uma resenha. Quando ressurgir a vibe das resenhas, escreverei sobre ele. Por ora, apenas quero mostrar e misturar o livro com os assuntos do momento: minimalismo, armário cápsula, menos é mais, anticonsumismo etc.

Minimalismo é o assunto do momento, embora esse movimento tenha surgido no século passado nas Artes, Cultura e Ciência, chegando à vida pessoal e aos armários na década de 1970 com a estilista Susie Faux, que cunhou o termo "armário-cápsula". Porém, como explica a blogueira Camile Carvalho, do Vida Minimalista, "estilo de vida minimalista não é o mesmo que estética minimalista", isso significa que não se deve sacrificar os gostos pessoais para seguir a ditadura da moda do momento. Se gosta de coloridos, use cores. Se acha muito monótono uma parede nua, enfeite-a com quadros. Tipo isso. O minimalismo que as blogueiras como a Camile e a Fe Neute, do blog Feliz com a Vida, propõe é que se deve manter a vida mais simplificada ao manter as coisas que lhe são funcionais e que lhe tragam satisfação... aliás, é exatamente essa a proposta da especialista Marie Kondo em seu método KonMari de arrumação.

O estilo de vida minimalista - ou, ao menos, mais minimalista - vem como uma respiração salvadora para aqueles que estão se afogando no consumismo e na aquisição de coisas. O minimalismo, paradoxalmente, é um conceito muito amplo, tanto que podemos passar horas aqui levantando e debatendo sobre o lado filosófico e psicológico da coisa. Tem a ver com a nossa relação com coisas, objetos, mas que também tem a ver com nossa relação com o mundo, com as pessoas, com nossos sentimentos. 

O consumismo é um desequilíbrio psicológico, digo isso por mim mesma: quando estou infeliz e me sentindo péssima comigo mesma, é quando mais cometo gastanças, na esperança de que aquilo que estou adquirindo me fará uma pessoa melhor, ao menos aparentemente. Então, tenho por minha insignificante opinião, que pessoas felizes e de bem consigo mesmas não consomem além do que é necessário, se assim elas tiverem essa possibilidade, é claro. Quantas histórias já não vimos por aí de lares pobres repletos de alegrias e mansões na miséria de sentimentos mesquinhos? Também não vamos valorizar a pobreza pois que isso é um desequilíbrio, é antinatural e está fora da Lei de Deus, pois que tudo na Natureza é próspero e abundante.

Por isso, "ser minimalista é necessário". Sinto essa necessidade, e isso não é de agora! Então há em mim o conflito entre o que preciso e o que eu faço. Eu sou consumista, e só não o sou mais por falta de recursos mesmo. Essa doença mental, espiritual, sei lá, ainda não chegou às vias de fato, pois não vou além do que posso suportar, mesmo que me deixe exaurida na execução (tipo todo o salário do mês para pagar cartão de crédito!), mas já chegou ao ponto de eu dilapidar minha pequena poupança que venho juntando ao longo do tempo para o meu lar que nunca aparece.

Na mesma proporção de gastança, tenho a facilidade do desapego. Vendo ou doo sem muita cerimônia, desde que a coisa tenha um lugar mais digno que a lixeira. Nesse caso, tenho problemas no desapego, pois para mim é muito difícil colocar no lixo algo ainda muito bem aproveitável, mas que não interessa a ninguém - por exemplo, minha vasta coleção de mangás antigos!

Juntando essa dificuldade de mandar as coisas para o lixo com o consumismo que me arrasa, me vejo à volta de tranqueiras que não consigo me livrar, e parece ir me sufocando aos poucos. Entretanto, meus melhores momentos de desapego é quando alguém próximo morre... quando minha mãe morreu em 2007, joguei fora quase todas as minhas lembranças de infância: cadernos de escola, brinquedos quebrados, cartinhas. Agora com a morte do meu tio, no final do ano passado, a casa passou por novo faxinão, e embora eu tenha jogado muita coisa da casa fora e vendido quase todo o enxoval que venho juntando para o lar que nunca chega, é como se não tivesse saído uma só agulha! E, especialmente, dos meus armários!

Já perdi há muito tempo a conta de quantas sacolas de roupas e livros doei e vendi, mas ainda lá estão eles, como se jamais tivessem saído da casa e dos armários. É meio difícil minimalizar sua vida quando você tira fora uma peça e coloca 5 outras no lugar, apenas por compensação emocional!

Explicado esse meu desatino, agora acho que dá para entender o porquê o maravilhoso livro de Marie Kondo é tão especial! Li apenas uma vez e, confesso, não me ajudou em muita coisa prática, embora tenha despertado toda a vontade de seguir o que ela propõe. Apenas acho que ela é radical ao ponto de sugerir até se livrar de fotografias antigas, mas é a proposta dela. Se conseguirmos fazer, pelo menos, metade da metade do que ela nos ensina, será uma grande vitória.

KonMari, método de arrumação

A proposta de Marie Kondo é, no fundo, muito simples: livrar-se de TUDO aquilo que não lhe traz alegria. Simples, mas não fácil; nosso apego ao material é algo quase doentio (em alguns é doentio mesmo). Adquirimos muitas coisas sem que sejam realmente necessárias, ou que até foram legais e úteis, mas que já cumpriram o seu destino. Livrar-se de tudo aquilo que não tem mais utilidade ou significação na vida deveria ser a ação mais fácil do mundo, mas como temos a péssima tendência a colocar valor emocional nas coisas, acabamos por nos prendermos a elas, sem que haja a verdadeira necessidade de manter aquilo em casa e na vida.

Antigamente, quando eu apenas doava as coisas que não queria mais, era mais fácil de me desapegar do que agora, que penso poder conseguir algum retorno do investimento. Tenho livros ainda embalados há anos, esperando por serem lidos; tenho roupas, sapatos e acessórios que aguardam uma ocasião especial para serem usados, o que é muito difícil tendo por eles uma dona sem qualquer tipo de vida social, além do típico "casa-trabalho-igreja". Daí, quando penso apenas em doar, lembro do quanto paguei por aquilo e que deveria ter ido para a poupança e não para o caixa de uma loja. Quando tento vender, muita coisa não cabe no corpo e no gosto das pessoas para quem ofereço, e sempre colocando um valor muito abaixo daquilo que paguei, esperando que saia de qualquer jeito.

Então, o que é simples e deveria ser muito fácil (gosto = fica; não gosto = vai-se embora), torna-se um novo conflito interno de interesses, entre admitir o erro e aceitar a derrota, ou perdoar-se e deixar ir, ficando mais leve com essa atitude. E veja como isso se encaixa direitinho em todos os nossos assuntos, inclusive em sentimentos inferiores como mágoas e rancores!

Outra coisa muito importante que o método ensina, que é a pedra fundamental do KonMari, é que para uma arrumação realmente eficiente é necessário livrar-se dos excessos e não adquirir mais itens que prometem organizar sua vida e sua casa. Compramos prateleiras para colocarmos coisas que nem sequer usadomos, ou belas caixas para enfiar tudo que não tem uso constante (ou nunca!), só para tirar das vistas. Bem ilógico isso de nossa parte, né? Há muito tempo atrás, havia comentado com uma amiga da nossa necessidade de querer uma casa grande para entulhar coisas, de pagarmos por um espaço que acolherá as coisas e não a nós mesmos. Afinal, quanto de espaço precisamos para vivermos confortáveis dentro de casa? E quanto tempo passamos dentro de casa para isso? No fim, apenas precisamos de um imóvel grande para acomodar as coisas e não a nós mesmos!

Neste link aqui, você terá um resumo sobre 12 itens encontráveis no A Mágica da Arrumação, mas que de forma alguma dispensa a leitura do livro! Se você, assim como eu, sente-se sufocado pelas coisas e sente a necessidade de uma vida bem mais clean, o livro de Marie Kondo poderá ser a melhor literatura da sua vida.

Aqui tem um resumo elucidativo sobre o movimento do "armário-cápsula". E nestes dois links, aqui e aqui, sobre o conceito de estilo de vida minimalista.

E desapegar de coisas que não são mais funcionais é também perder a vontade de adquirir outras. E de coisas, passamos para os sentimentos, lembranças e até relacionamentos que perderam a sua função e apenas nos soterram em uma manutenção inútil. Não trata-se, porém, de tornar tudo descartável, muito pelo contrário: trata-se do treinamento para saber valorizar ao máximo tudo aquilo que está conosco e chega até nós.

Sabemos que tudo o que é demais faz mal, não é? Então, ser minimalista é necessário. 




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