26 de jul. de 2016

Resenha - Bonita Luz, o Sumiço do Anjo Barroco

Sinopse:

Bonita Luz é uma menina curiosa que ainda pequena enfrenta um momento muito difícil - a morte da sua mãe. Sozinha no Rio de Janeiro com o pai, que é transferido e se vê obrigado a viajar, a menina vai morar com a avó em Tiradentes, no estado de Minas Gerais. O que poderia ser uma experiência traumática transforma-se então em um horizonte de descobertas e aventuras - Bonita faz novos amigos e é apresentada ao confortável mundo da comida caseira, dos doces de Minas e da vizinhança de uma cidade do interior. Além de muitas descobertas, Bonita faz um grande amigo - é o menino Quincas, que trabalha como guia turístico na cidade. Juntos, Bonita e Quincas envolvem-se em um mistério que mobiliza várias pessoas; o sumiço de um anjo barroco, que foi roubado da sacristia da igreja. Muitos são os suspeitos, entre eles um homem estranho conhecido por todos como 'o louco'. Bonita Luz conduz o leitor pelas paisagens de Tiradentes - como a maria-fumaça, os antiquários e as belas igrejas - e revela a importância de se enfrentar desafios e ter coragem de experimentar o desconhecido.

Autoras: Ana Maria Moretzsohn e Patrícia Moretzsohn
Ano: 2006
Editora: Record
Páginas: 178

Meu Achismo:

Bonita Luz, O Sumiço do Anjo Barroco, é um livro nacional destinado ao público infanto-juvenil, e trata das aventuras da pequena Bonita Luz, uma menina de nove anos, quando ela se muda com a avó paterna para a cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, após o desencarne de sua mãe. Apesar do início um tanto pesado para uma literatura destinada a um público tão jovem, a leitura é leve e descontraída que muito lembra as aventuras dos livros da Coleção Vagalume da década de 70.

Tive a impressão de que as autoras pretendiam transformar Bonita Luz em uma série literária, mas pelo visto ficou mesmo num único livro. A aventura é fechada, com início, meio e fim, mas o final dá a entender que haveria uma próxima história, desta vez vivenciada na Bahia.

A história trata de morte, diferenças religiosas e culturais, ideais e conceitos morais. Seria uma boa leitura para as crianças, não fosse o episódio da morte da mãe da protagonista. As pessoas já têm grandes problemas de tratar deste assunto, e quase ninguém trata disso com suas crianças... se for uma criança sensível demais, pode ocorrer algum tipo de trauma. Fora isso, é um dos poucos livros escritos na atualidade que não contém uma doutrinação esquerdista, exceto pelo ateísmo do pai de Bonita, cuja ideia é cortada logo que a menina se muda para a casa da avó em Minas Gerais, e vai conviver com pessoas de duas denominações cristãs, conhecendo assim um pouco das religiões mais influentes no nosso país.

Leitura para todas as idades, mas com algumas passagens confusas. Tem mistério, tem suspense e a trama tem um desfecho um pouco inesperado. Acho que tem um excesso de personagens para uma história tão curta (tirando páginas com ilustrações e diminuindo a fonte, o livro não daria nem cem páginas), e algumas situações que parecia que seriam melhor desenvolvidas, ficaram perdidas pelo caminho. No entanto, nessas questões, nem sempre é culpa dos autores, mas da própria editora que manda condensar a trama para caber em determinado número de páginas.

Bonita Luz é um bom entretenimento, é uma leitura saudável que traz informações culturais a respeito de Tiradentes e cidades vizinhas. Conforme a protagonista Bonita Luz vai aprendendo novas coisas e anotando em seu caderninho, o leitor aprende junto. Leitura recomendável para crianças não muito sensíveis e para todos em geral.

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