13 de set. de 2016

Capela de São Conrado


Sempre que vou realizar as provas do meu curso de Gestão em Turismo, aproveito o intervalo entre uma prova e outra para passear pelas ruas de São Conrado, bairro de dois extremos que vai dos condomínios de luxo e mansões do Joá aos barracos da Rocinha, a maior favela do Brasil, ou comunidade, como agora é chamado.

São Conrado é um bairro nobre, o último da Zona Sul do Rio de Janeiro. Em meio a muito verde com suas montanhas exuberantes e o seu mar azul esverdeado, há também um paliteiro de prédios de condomínios de luxo (cujas únicas almas-vivas que se avistam são as plantas dos belos jardins); o shopping mais rico do Rio de Janeiro, o Fashion Mall; o maior bloco rochoso à beira-mar do mundo, a Pedra da Gávea; uma enorme área com um muro de 5 metros que não permite ver nada da belíssima paisagem que é o Gávea Golf Country Clube... e a Rocinha!

Bem, é um lugar bonito pela natureza exuberante e ainda não totalmente dilapidada, mas é um bairro que não tem nada além de praia e ruas. Acho o menos agradável dos bairros da Zona Sul e muitas vezes mais lembra um bairro fantasma. Você pode caminhar por alguns quilômetros e não encontrar nem cachorro na rua, o que é até bom, pois o bairro é cortado por uma autoestrada e várias avenidas.

A Rocinha é uma comunidade que cresceu absurdamente a ponto de hoje ser considerada um bairro, com mais habitantes que muitas cidades fluminenses de médio porte, em torno de 70 mil habitantes.

A região tem apenas dois acessos ao Centro do Rio e demais bairros da Zona Sul, e dois acessos para a Zona Norte e Barra da Tijuca, a autoestrada Lagoa-Barra e a Avenida Niemeyer, ambas de mão dupla. Hoje, pelo menos, conta-se com o metrô, realmente necessário por ser uma localidade quase apartada do resto da cidade. E vendo o tamanho da Rocinha e a precariedade das construções se equilibrando uma nas outras, não sei o que faz alguém querer ir morar num lugar desse, sendo que morar nos bairros mais afastados da Zona Oeste ou Zona Norte seria muito mais inteligente por conta da mobilidade. Por estrada, leva-se em torno de 1 hora de viagem de São Conrado ao Centro, praticamente a mesma coisa que de Bangu à Central do Brasil, que se for por via férrea, esse tempo pode ser reduzido até para 40 minutos. A vaidade de se dizer morador da Zona Sul vale isso? Para 70 mil pessoas, deve valer.

Mas não foi para criticar a região que fiz esse post, mas para mostrar a igrejinha histórica que praticamente iniciou o bairro na primeira década do Século XX: a Capela de São Conrado. Uma graciosa construção centenária (102 anos) hoje encarapitada num pequeno outeiro, que não existia em seu ano de construção. Parece ter havido um desmonte de morros e aterramento, algo que foi muito comum no Rio de início de Século XX, e isso você poderá conferir na última foto desta postagem em uma fotografia antiga em que havia apenas a igrejinha construída, emoldurada pela Pedra da Gávea, e mais nada.

Não é a minha intenção aqui contar a história do(s) bairro(s) e da Capela, apenas quero publicar as fotos feitas no último domingo, 11 de setembro. Se tiver a curiosidade, leia mais sobre o bairro São Conrado aqui, a Rocinha aqui e a Capela aqui.

Só para não ficar muito seco em termos de informações, a Capela de São Conrado teve a sua pedra fundamental lançada em 27 de junho de 1914, por Conrado Jacob de Niemeyer (não é ele o santo, rs) como presente à sua esposa, e teve a sua primeira missa rezada em 29 de julho de 2016.

A Capela é uma construção pequena e de arquitetura simples, com um agradável jardinzinho na frente, que deveria ter uma vista privilegiada do mar azulado não fosse alguns prédios enormes encravados mais à frente. Singelamente pintada em branco e azul, seu mobiliário se resume a bancos de jardins e cadeiras para os fiéis sentarem-se à missa. 

Ao lado, distante em alguns poucos quilômetros, está a enigmática Pedra da Gávea, a qual se atribui até mesmo lendas místicas de Intramundo, sendo considerada portadora de uma das passagens para Agharta; civilizações avançadíssimas que desapareceram, deixando supostas inscrições em aramaico na rocha; e até mesmo um antigo teleporto para descida de naves extraterrestres. Quer saber mais? Acesse http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/os_misterios_da_pedra_da_gavea.html.

A igrejinha é um lugar muito agradável, muito luminoso e arejado, ótimo para se descansar corpo, mente e espírito. Frequentada por celebridades moradoras do bairro, a Capela de São Conrado já teve o seu hino gravado até por Maria Bethânia, "Pequena canção para São Conrado". E se acredita mesmo que a religião aparta, basta assistir a uma missão na Capela num domingo de manhã: ricos e pobres, artistas e anônimos, jovens e velhos, todos juntos para a devoção ao Evangelho do Cristo - e mudar de opinião. Aliás, isso é comum em todas as igrejas católicas.

Abaixo, segue as fotos da Capela, sendo que a última baixei da internet e publiquei aqui a nível de curiosidade, apenas para conferir a enorme mudança - até mesmo geográfica - operada nas últimas décadas no bairro. As demais fotos são da autoria de euzinha, Pat Kovacs ;)



 
 

 

 

 
 

 





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